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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Coleta do lixo em Arujá

 CS Brasil, empresa responsável pela coleta e
transporte do lixo no município
  
   Segundo informações do Secretário de Planejamento de Arujá, João Vani Anunciato, o serviço de coleta e transporte de lixo na cidade é feito pela empresa CS Brasil, do Grupo Júlio Simões, de Mogi das Cruzes, a um custo de R$ 350.000 a 400.000 mensais (dependendo do volume coletado) e o contrato tem duração até o início de Novembro de 2012. Na gestão anterior o gasto mensal com a empresa Stralu (também do grupo Júlio Simões) era de R$ 251.500,00. Atualmente são utilizados 4 caminhões coletores de lixos domésticos com um total de 23 funcionários na sua maioria moradores em Arujá, com exceção dos motoristas, mecânicos e fiscais. A empresa também é a responsável pela varrição nas formas manual e mecanizada das principais avenidas que cortam a cidade, utilizando um total de 33 funcionários. A cidade “produz” um volume diário de 100 toneladas de lixo que são “despejados” nos aterros sanitários Pajoan em Itaquaquecetuba e eventualmente no Anaconda, em Santa Isabel. Quanto à coleta seletiva a CS Brasil disponibiliza um caminhão gaiola e entrega o produto à CORA para a triagem, que possui convênio com a Prefeitura de Arujá e custeia todas as despesas da entidade.

   A Secretaria de Saúde tem contrato com a empresa Pioneira Ambiental, de Suzano, para a retirada de todo lixo hospitalar. Arujá tem a operação “Cata Treco”, promovida também pela Secretaria de Saúde, onde um caminhão recolhe objetos de grande volume descartados pela população. Ações com relação à coleta de óleos e material eletrônico já são feitos no município, porém muito timidamente. E os entulhos, que também deveriam ser descartados em aterros legalizados, muitas vezes são jogados nas beiras das vias públicas. Parece simples o descarte do lixo, mas vamos procurar nestas poucas páginas mostrar que o problema é muito mais sério e que se não planejarmos outras opções as futuras gerações herdarão um problema muito grande.

   Segundo a legislação municipal (Artigo 9º da Lei nº 1.176/96), o lixo a ser recolhido deve ser acondicionado em embalagens plásticas e deixado em lixeiras próprias. O descumprimento dessa medida pode acarretar notificação e multa de até R$ 200,00.

   Deixar o lixo para ser retirado próximo ao horário de coleta é outra atitude importante e que contribui  para a limpeza pública. Por isso, os moradores devem atentar para os horários em que o caminhão de coleta passa em seu bairro e evitar que o lixo fique exposto por muito tempo, causando transtornos como sujeira em torno de sacos plásticos rasgados.
Coleta do lixo feita no período noturno 
  Veja abaixo o dia e horário de coleta de lixo domiciliar em seu bairro:

Período noturno (a partir das 18 horas):
Setor 1 (diário): Vila Pedroso, Pq. Nª Sra. do Carmo, Jardim Rincão, Residencial Santana, Jardim Ângelo, Jardim Albino Neves, Vila Flora Regina, Vila Lima I, Vila Lima II, Jardim Modelo, Center Vile, Vila Riman, Largos dos Barbosas
Setor 2 – Segundas, Quartas e Sextas-Feiras: Bairro Limoeiro, Jardim Via Dutra, Jardim São José, Jardim Planalto, Chácara São José, Jardim Renata, Vila Pilar, Vila Ferreira,
Setor 3 - Terças, Quintas-Feiras e Sábados: Jardim Fazenda Rincão, Nova Arujá, Jordanópolis, Jardim Vitória, Centro Residencial

Período diurno: Segundas, Quartas e Sextas-Feiras (a partir das 7 horas):
Setor 4: Mirante, Jardim Pinheiro, Hills 3, Chácara Copaco, São Bento, Parque Lucélia, Vista Alegre, Bairro Cachoerinha
Setor 5: Hills I e II, Arujazinho I, II, III e IV, Country Club, Condominio 5
Setor 6: Recanto Primavera, Jardim Cerejeiras, Sitio Fernandes, Jardim Emilia, Jardim Jóia, Jardim Tupi, Jardim Tupi, Parque Maringá, Centro Industrial, Jardim Yamamoto, Bairro dos Fontes, Bairro do Portão, Colinas Verdes

Período diurno: Terças, Quintas e Sábado a partir das 7 horas
Setor 7: Barreto Lado Esquerdo, Bairro do Pirituba, Fazenda Jaguari, Parque Ludovico, PL
Setor 8:  Barreto Lado Direito, Sitio Bananal
Setor 9: Vila Arujá, Jardim Santo Antonio, Bairro do Retiro, Penhinha, São Domingos, Bairro dos Canjicas, Bairro dos Correias

O que é?

   A coleta seletiva é a separação dos materiais recicláveis do restante do lixo. 
Os principais materiais recicláveis são: papéis, vidros, plásticos e metais.

Para onde vai?

   Todo material coletado em Arujá é destinado à CORA (Associação dos 
Catadores de Materiais Recicláveis de Arujá). A Prefeitura de Arujá firmou convênio em
2005 com a CORA. Na parceria, a entidade fica responsável pela 
destinação dos materiais recicláveis e também propiciando que o município exerça a
sua responsabilidade sócio-ambiental.

  Além de realizar projetos de educação ambiental, a CORA tem como 
princípio a inclusão social dos catadores do município. A Prefeitura construiu um galpão
no Centro Residencial que agora é a sede da cooperativa. Com o apoio da 
Secretaria de Educação que disponibiliza refeição diariamente aos catadores e
da Secretaria de Assistência Social que atende os associados com psicólogos e 
assistentes sociais o convênio entre a prefeitura e a cooperativa já é um
exemplo para os demais municípios.


   A CORA fica na Rua Ana Maria Moreira   Coronado, nº 80, Centro 
Residencial, telefone 4653-3310.

   Confira abaixo o roteiro da coleta (dia da semana, bairros e horários):

Segunda-Feira (Setor 01):

Das 7:00 às 8:00 horas: Jd. do Trevo, Jd. Planalto, Jd. São José e Chác. São José
Das 8:00 às 9:00 horas: Jardim Real, Arujamérica, Arujamérica (Gleba D), Vila Ferreira, Vila Pilar
Das 9:00 às 10:00 horas: Jardim Renata e Barbosas
Das 10:00 às 11:00 horas: Vila Riman, Jardim Modelo, Vila Lima I, Vila Lima II, Vila Flora Regina
Das 11:00 às 11:30 horas: Center Ville, Centro Residencial, Jardim Vitória
Das 11:30 às 12:30 horas: Jd. Albino Neves, Jd. Ângelo, Fujikokusai, Jardim Tangará, Jardim Rincão

Terça-Feira (Setor 02):

Das 7:00 às 8:00 horas: Limoeiro, Jd. Via Dutra, Pq. Jacarandás
Das 8:00 às 9:00 horas: Jardim São Jorge (Vertentes), Pq. dos Arantes, Jd. Josely (Trecho Arujá), São Bento
Das 9:30 às 10:30 horas: Chác. Vista Alegre, Chác. Copaco, Pq. Lucélia, Estância Pacaembu,
Granja Urupês (Trecho Arujá)
Das 11:00 às 12:00 horas: Mirante do Arujá, Jd. Pinheiro, Barro Branco
Quarta-Feira (Setor 03):
Das 7:00 às 9:00 horas: Pq. Rodrigo Barreto (Trecho 01) Av. Armando Colângelo à direita (sentido CENTRO/BAIRRO)
Das 9:00 às 10:00 horas: Bairro do Pirituba, Bairro Fazenda Velha, Bairro Morro Grande, Fazenda Jaguari,
PL do Brasil
Das 10:00 às 11:00 horas: Sítio Afaz, Sítio Camilo Alves, Bairro do Portão, Bairro dos Fontes,
Bairro do Tijuco Preto, Sítio dos Fernandes
Das 11:00 às 12:00 horas: Chác. Colinas Verdes, Jd. Nippon Club (Jd. Yamamoto)
Das 12:00 às 13:00: Centro Industrial

Quinta-Feira (Setor 04):

Das 07:00 às 08:00 horas: Primavera, Jd. das Cerejeiras, Sítio dos Fernandes, Jd. Leika, Jd. Emília
Das 08:00 às 9:00 horas: Jd. Jóia, Jd. Tupi, Jd. Cury, Jd. Maringá, Bairro Laranja Azeda
Das 9:00 às 10:00 horas: Pq. Nª Sª do Carmo, Vila Pedroso (Caputera), Jd. Fazenda Rincão, Pólo Industrial de Arujá
Das 10:00 às 12:00 horas: Cidade Nova Arujá, Jordanópolis

Sexta-Feira (Setor 05):
Das 7:00 às 9:30 horas: Vila Arujá (Pedra Fala), Jd. Santo Antonio, Tupã, Bairro do Retiro, Jd. Arujá
Das 9:30 às 11:00 horas: Bairro da Penha (Penhinha), Chácaras Alvorada, Bairro dos Correas, Estância São
Domingos, Estância Arujá, Bairro dos Canjicas
Das 11:00 às 12:30 horas: Chácara do Bananal, Pq. Rodrigo Barreto (Trecho 02) Av. Armando Colângelo à esquerda (sentido CENTRO/BAIRRO)
Muita gente sobrevive em função do lixo
   Nem todos se preocupam com o destino final do lixo. As pessoas imaginam que fazem a sua parte deixando o lixo na porta de casa para ser coletado pelos “lixeiros”. Além do lixo doméstico, ainda temos o lixo hospitalar, o lixo industrial, os óleos, o lixo eletrônico (pilhas, baterias de celular, aparelhos eletro eletrônicos), os restos de construção e os recicláveis.

   O contrato com a empresa CS Brasil prevê a coleta, o transporte e o descarte do lixo que a exemplo de outras cidades da região como Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano se utilizam do aterro sanitário Pajoan, na cidade de Itaquaquecetuba. Com uma área de 1.000.000 m², o aterro tem o compromisso de manter e garantir a higiene, desinfecção e a não poluição do local. Há alguns anos o aterro Pajoan foi interditado pela CETESB sob a alegação de não estar cumprindo as normas exigidas pelo órgão estadual de controle ambiental.É uma calamidade ficar sem ter onde depositar o lixo recolhido no município.

   Na realidade, aterros sanitários são como máquinas de escrever, já são coisa do passado, mas como os investimentos em usinas de lixo ainda são raros e as prefeituras não querem criar um colapso na coleta do lixo, esta situação vai sendo tolerada. E a que preço, pois além de ser caro, R$ 38,00 por tonelada despejada a céu aberto (preços de 2007) e ocupar grandes propriedades, é poluente, pois o lixo é enterrado e produz o chamado “chorume” que é o líquido escuro e turvo proveniente do armazenamento e repouso deste lixo. Sua composição química é variável, dependendo muito do tipo de depósito de lixo. A chuva provoca constantemente uma “lavagem” do lixo aumentando assim o volume do chorume. Esta água fica em contato com o lixo durante certo período e por ação natural da gravidade essa infiltração irá parar normalmente em uma camada impermeável do solo, como rochas,
ou mesmo superfícies previamente preparadas para receber o lixo, onde irá acumular e logicamente escoar.
 Isto é um lixão. É esta a melhor solução para 
o nosso lixo?
   A interdição da Pajoan ocorreu porque, segundo investigações do Ministério Público, o Aterro Sanitário de Itaquá recebia cerca de 2 mil toneladas de lixo por dia e estaria causando grandes prejuízos ambientais na cidade, despejando chorume diretamente nas bocas de lobo. Com isso estaria contaminando o lençol freático, além de não ter apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). O Aterro Pajoan já passou por outros graves problemas anteriormente. Entre eles, uma explosão que espalhou lixo em todo seu entorno, chegando a encobrir casas dos bairros que estão nas imediações. Naquela ocasião, o mau cheiro insuportável, bactérias e micróbios causaram problemas de saúde para várias famílias. Posteriormente houve readequações no aterro e ele continuou suas atividades sob vigilância da Cetesb.

   Nos lixões normalmente o chorume é canalizado para um reservatório, a céu aberto, onde a água vai evaporar e deixá-lo cada vez mais concentrado, causando inclusive precipitação de muitas substâncias. Em alguns depósitos, parte do lixo é separado em esteiras, onde são retirados materiais de valor comercial para reciclagem. A vida útil de um aterro sanitário é de cerca de 30 anos. Depois desse período vai sofrendo verificações podendo ter esse prazo prorrogado de acordo com o impacto ambiental que provoca.

   O Brasil chega a produzir 240.000 toneladas de lixo por dia. O brasileiro gera cerca de 800 gramas de lixo por dia (nos EUA é cerca de 2 kg/dia). O lixo médio anual de um brasileiro são 90 latas de bebidas, 2 árvores transformadas em papel, 107 frascos e garrafas em geral, 70 latas de alimentos, 45 kg de plástico e 10 vezes seu próprio peso em refugos domésticos.
Latinha de refrigerante: longe do seu correto 
destino, a reciclagem  de  metais
  O lixo é classificado nas seguintes espécies: hospitalar, comercial, industrial, agrícola, inerte (entulhos) e o urbano (domiciliar).

   O lixo hospitalar constitui-se de resíduos em geral de hospitais, farmácias, laboratórios, postos de saúde e clínicas veterinárias. Formado principalmente por seringas, agulhas, luvas, gases, bandagens, órgãos e tecidos removidos, filmes de raio X, medicamentos vencidos, enfim, todo tipo de material séptico potencialmente contagioso. Segundo informações da Secretária Municipal de Saúde, Dagmar Corato.

   Originado de estabelecimentos como bancos, escritórios, supermercados e lojas, o lixo comercial é composto principalmente por papéis e plásticos ligados diretamente com embalagens dos mais variados tipos, móveis e equipamento obsoletos. Já o lixo industrial é o tipo de lixo mais variado, podendo ir das cinzas até resíduos tóxicos como ácidos, fibras, borrachas, escórias metálicas, vidros e cerâmicas. Existem empresas especializadas na compra destes resíduos, onde os mesmos são reciclados, ou apenas separados e vendidos para outras indústrias.

   O lixo agrícola é composto por resíduos provenientes das atividades agrícolas ou pecuárias. Constituído basicamente por embalagens de herbicidas, adubos, estercos (quando em excesso), animais mortos e agrotóxicos. Este último sendo um dos mais preocupantes quanto ao reaproveitamento indevido de embalagens e danos ao ambiente. Asempresas fornecedoras já recolhem as embalagens usadas e implementam campanhas de educação no campo.
Acúmulo de lixo sobre a calçada
   O entulho de obra também é poluente e deve ser recolhido por empresas especializadas. “O preço do aluguel de uma caçamba é barato perto dos benefícios que traz para a natureza. A caçamba é cheia com todo tipo de resíduo da obra e após ser recolhida é despejada num transbordo autorizado pela CETESB na Avenida Mário Covas. Lá são separados os materiais a serem reciclados como os ferros, madeiras e plásticos. O entulho é enviado para a empresa PEPEC, em Itaquaquecetuba, também com todas as licenças ambientais”, explica o Sr. Genival Bertoglia, dono da Empresa EXPRESSO ENTULHO, localizada no Parque Rodrigo Barreto.
  
   O lixo urbano é o originado na vida diária das residências. Os principais constituintes são: jornais, revistas, restos de alimentos, embalagens em geral, plásticos, papel higiênico, fraldas descartáveis, pilhas, lâmpadas, enfim material do uso cotidiano. Este tipo de lixo normalmente não recebe nenhum tipo de tratamento específico. Vai para os grandes depósitos – lixões – onde será deixado para a decomposição, servirá de alimentação para ratos e urubus durante cerca de 60 dias. Após esse período será aterrado onde as reações envolvidas na fermentação irão gerar principalmente gás metano e o chorume. Uma pequena parte do lixo orgânico é preparado para a produção de fertilizantes naturais. Através de aterros, o lixo é deixado para decompor sob condições controladas, produzindo húmus.
 Cesta de ferro presa ao portão de uma residência
para colocar o lixo   
 
   Além de todos os tipos de lixo normal, que incluem a matéria orgânica do dia a dia, restos de alimentos, o material reciclável, entre outros mais comuns, podemos ainda citar alguns tipos de lixo que não despertam cuidados e podem causar grandes danos ao ambiente, principalmente por conter elementos químicos na forma iônica que são absorvidos e acumulados pelo organismo: cosméticos e maquiagem por conterem alumínio; lâmpadas, sendo que as fluorescentes possuem mercúrio,um metal pesado e tóxico que pode contaminar o solo e as águas; pilhas e baterias, que contém níquel e cádmio; pastilhas e lonas de freio, que contém amianto, altamente poluente; tubos de televisão, que contém chumbo; fertilizantes que são levados pela água da chuva para os rios e lençóis freáticos, poluindo as águas; óleos que são utilizados na culinária, que são altamente poluentes também.

Domenico Cunto


   As pessoas logo ligam os italianos a pizza e macarrão. Hoje sou dono de uma pizzaria, mas durante 31 anos trabalhei numa casa de ferragens na Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo, a Casa Nicola Gallucci onde me aposentei em 1989.

   Nasci no dia 11 de Novembro de 1937 numa linda cidade à beira do Mar Mediterrâneo chamada San Marco di Castellabate. Fica próxima a Napoli e mais ainda de Salerno. Tem paisagens maravilhosas, bem diferentes das do Brasil, como é obvio. Eu era criança quando teve início a II Grande Guerra e a Itália foi palco de muitas batalhas. Foi muito difícil para o povo italiano a reconstrução do país e eu com 16 anos resolvi arriscar e vim para o Brasil em 1954, onde já vivia o meu irmão mais velho e meus tios na Mooca, em São Paulo.

   Sem falar português, me empreguei como comissário de bordo em uma companhia aérea, a Real Aerovias, no Aeroporto de Congonhas, e logo depois passei pelas Indústrias Matarazzo, mas tudo isso por uns 3 ou 4 anos até que entrei na loja de ferragens do Nicola Gallucci.

   Quando ia para o trabalho me chamava a atenção uma garotinha, vizinha e muito linda, e eu sonhava um dia namorar com ela, só que ela era 9 anos mais nova. Se não tivesse me encantado por Ana Maria de Bartolo, talvez tivesse desistido de tudo e voltado à Itália, onde ainda estavam meus pais e quatro irmãos. Ana Maria tornou-se professora de matemática e nós nos casamos em 15 de Julho de 1967 e fomos morar na Rua Fernando Falcão, na Moóca. Nosso primeiro filho, Toni, nasceu em 25 de Maio de 1969 e resolvemos viajar à Itália nesse mesmo ano para que a minha família conhecesse a Ana Maria e o Toni. Em 17 de Janeiro de 1972 nasceu nossa filha Cristiane.

   Eu sempre visitava um primo em Arujá, o Carlo Di Cunto, pai da arquiteta Eliane e seu cunhado, Luiz Rosino. Eu adorava a cidade e comecei a sonhar com esta cidade para viver quando me aposentasse e acabei comprando em 1975 um terreno na Vila Pedroso. Em 1976 construímos uma casa e sempre vínhamos aos finais de semana quando reuníamos amigos para apreciar as deliciosas pizzas feitas por Ana Maria.

   Em 1988 o Toni começou a estudar Engenharia Mecânica na UMC e começamos a freqüentar mais a cidade, inclusive instalando uma barraca italiana na Festa das Nações para ajudar o Fundo Social da cidade. Na época o Geraldo Barbosa, que viria a ser prefeito, passava pela barraca e perguntava onde era a nossa pizzaria. Eu dizia que não tínhamos nenhuma pizzaria e ele dizia que tínhamos que instalar uma. Ele mandou fazer uma faixa com os dizeres: “BREVE INAUGURAÇÃO DA PIZZARIA SAN MARCO” e mandou colocar na barraca. Alguns amigos também incentivavam, como o Simão e Egle Bittar, e assim começamos a construir a pizzaria em 1988 com inauguração em 26 de Fevereiro de 1990.

   Acabamos nos mudando para a cidade em 1991. Eu e Ana estávamos aposentados, o Toni estudava em Mogi e a Cris, medicina em Taubaté.

   Fico muito satisfeito por viver em Arujá e por intermédio da pizzaria, que se tornou nosso meio de vida, conquistei muitos amigos.

   Um fato emocionante na minha vida foi quando em 2006 viajei à Itália onde todos os seis irmãos se reencontraram em nossa cidade, San Marco di Castellabate. Eu não via o meu irmão mais velho, que vive nos Estados Unidos, há 45 anos, e os demais desde 1988. Até o prefeito da cidade veio nos cumprimentar. Família é tudo em nossa vida. Adoro esta cidade e fiz dela o meu lar. Obrigado Arujá.

Benedito Valentino Araujo (Dito Fotografo)

Fachada da primeira loja do Dito Fotógrafo
   Eu sou Benedito Valentino Araújo, mas por esse nome pouca gente me conhece. Mas se eu disser Dito Fotógrafo, ou Dito Baltazar, aí a coisa muda de figura. Sou nascido nesta terra, na Penhinha, em 01 de Fevereiro de 1935. Meu pai, Francisco Baltazar, era carvoeiro, assim como muitos outros naquela época. As estradas eram de pedregulho ou lama quando chovia, não havia asfalto e poucos tinham caminhões para o transporte de carvão. Lembro do Dito Félix, do Alexandre Ribeiro, do Hussein Riman, do Júlio de Brito e do Dito Raimundo. Meu pai mudou do sítio para a cidade em 1940 para ser ajudante de caminhão do Hussein Riman. Minha mãe, costurava sacos de carvão. Fomos morar na Rua Major Benjamin Franco: meus pais, eu, meus irmãos Adamastor e Nelson e depois vieram a Ruth e o Chiquinho.

   Lembro que em 1945, no final da Segunda Guerra, os estudantes das escolas fizeram uma festa para receber os Expedicionários que serviram no Exército Brasileiro. Eram três aqui da região: o Carmelino, que morava na Penhinha, o Ernesto que morava no Tevó e outro de Santa Isabel, que não lembro o nome. Daquela época lembro também que onde hoje é o Posto de Saúde da Avenida dos Expedicionários, ao lado do Renê, era o terreno do Dito Raimundo, pai do Ditinho que trabalha na Prefeitura. Era uma espécie de pensão. Tinha uns quartos para os tropeiros que vinham de Nazaré Paulista e Santa Isabel em direção a Guarulhos para vender o gado. Naquela época, Arujá se resumia a três ruas: Estrada de Santa Isabel, Rua Major Benjamin Franco e Rua Rodrigues Alves, da Igreja Matriz. Naquela época o povo ficava sempre ansioso pelas festas religiosas: Festa do Divino, do Bom Jesus, em Agosto, do Menino Jesus, no Natal, e da Penhinha.
           
   Em 1946 teve início a construção do trecho da Via Dutra em Arujá e o meu pai foi trabalhar como motorista no DER (Departamento de Estradas de Rodagem). Eu era um garoto de 14 anos e também fui trabalhar, só que no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), como uma espécie de contínuo do Didi (Benedito Ferreira Franco), topógrafo (pai da dona Flora Franco Larini) e do Amaro Franco, pai do Paulinho e do Donizeti, da Padaria Praça dos Pães. Eu carregava água, piquetes para marcação da estrada, fazia de tudo. Depois eu enjoei do trabalho e fui ser mecânico com o Sr. Ângelo Franco, pai do engenheiro Tadeu. Logo voltei para o DNER e fui para o almoxarifado, para cuidar da distribuição de combustível. A diversão era ir de vez em quando até Santa Isabel com o João Godoy, o Milton Franco, o Gustavo, o Fausto Ferreira Franco. Nessa época nem luz elétrica tinha por aqui, o primeiro gerador foi do José de Paulo Simões que iluminava parte da Rua Major Benjamin Franco.
           
   Eu já tinha como hábito tirar fotografias e em 1960 os meus chefes descobriram esse meu talento e me convidaram para fotografar festas e obras do DNER. Logo passei a ser Relações Públicas, viajando todo o Estado fotografando inaugurações de obras e visitas de ministros. Mas nos finais de semana eu aproveitava para fotografar casamentos, aniversários, festas e batizados, e faturava. Consegui conciliar os dois serviços facilmente.
           
   Em 1966 me casei com Wanda Barbosa de Araújo, e fomos morar na Praça Benedito Ferreira Franco, 165. Faço fotos do povo arujaense desde 1957 e acredito que tenha em arquivo mais de 135.000 negativos. A posse do primeiro prefeito, Julio Barbosa de Souza, foi toda fotografada por mim. Depois era sempre convidado para fotografar eventos oficiais da Prefeitura, festas, bailes.
           
   Nunca gostei muito das câmaras digitais, sempre preferi as convencionais que uso até hoje.
           
   Em 1983 me aposentei do DNER e montei meu primeiro estúdio fotográfico, se é que se podia chamar assim, pois o que eu mais fazia era fotografias 3x4, na Praça Benedito Ferreira Franco, no número 175, onde iniciou o Era Despachante do Oswaldo Barbosa Coutinho.
           
   Gosto muito de filmes e me inspiro neles. Ao ver um filme sempre sonhava em ter o carro ou a casa igual ao ator e lutava para realizar esse sonho.
           
   Tenho três filhos: Ana Paula, Ana Lúcia e Rodrigo, que trabalha comigo. Mas por enquanto só tenho uma neta, a Tarsila.
           
   Hoje só tiro fotos por hobby quando viajo com a Wanda para Poços de Caldas ou Campos do Jordão, mas continuo trabalhando muito....e somando, o que a juventude de hoje não faz.
           
   Fotografei muitos eventos dos prefeitos e digo uma coisa: o prefeito com mais visão foi o François, basta ver a largura da Avenida João Manoel, projetada por ele, em relação à Antonio Afonso de Lima. Com relação ao atual prefeito Abel Larini, digo que é o maior administrador entre os prefeitos do Alto Tietê. Sai muito cedo de casa e quando chega no Governador diz: “Eu quero isso”, e é atendido. É bom construtor porque tem muito bom relacionamento com os políticos estaduais e federais. Adoro esta terra e espero preservá-la para as futuras gerações com responsabilidade.

Conjuntivite

Olho com conjuntivite 

   A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva ocular, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Pode atacar os dois olhos, durando de uma semana a quinze dias e não costuma deixar sequelas. Podem ser ocasionadas por fatores alérgicos, irritativos ou infecciosos e cada um deles necessita de tratamento específico. O olho torna-se vermelho, edematoso, lacrimejante, com sensação de corpo estranho, às vezes com secreção. A doença é relacionada aos hábitos de higiene dos indivíduos. Pode ocorrer também em animais.
           
   Em 2011 ocorreu um grande surto de conjuntivite no Estado de São Paulo. Somente a cidade de São Paulo registrou mais de 119 mil casos no primeiro trimestre. Em Arujá muitos habitantes também sofreram com a conjuntivite.

Tipos

Infecciosa

   A conjuntivite infecciosa é transmitida, mais freqüentemente, por vírus, fungos ou bactérias e pode ser contagiosa. O contágio se dá, nesse caso, pelo contato. Assim, estar em ambientes fechados com pessoas contaminadas, uso de objetos contaminados, contato direto com pessoas contaminadas ou até mesmo pela água da piscina são formas de se contrair a conjuntivite infecciosa. Quando ocorre uma epidemia de conjuntivite, pode-se dizer que é do tipo infecciosa.
           
   É muito comum em escolas, local de trabalho, consultórios médicos, ou seja todo local fechado, com contato íntimo entre pessoas. O tratamento consiste na utilização de compressas frias, vasoconstritor tópico e lágrimas artificiais. A propagação do vírus dura até 14 dias após o início dos sintomas.
           
   A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por ser purulenta. São tratadas com antibióticos. A conjuntivite fúngica é mais rara de ocorrer. Geralmente acontece quando uma pessoa é acidentada com madeira nos olhos ou utiliza lente de contato.

Alérgica

   A conjuntivite alérgica é aquela que ocorre em pessoas predispostas a alergias (como quem tem rinite ou bronquite, por exemplo) e geralmente ocorre nos dois olhos. Esse tipo de conjuntivite não é contagiosa, apesar de que pode começar em um olho e depois se apresentar no outro. Pode ter períodos de melhoras e reincidências, sendo importante a descoberta da causa da conjuntivite alérgica.
           
   É benigna por não envolver a córnea. Ocorre geralmente em regiões de clima mais frio. O alérgeno mais comum é o pólen. A conjuntivite papilar gigante é causada, sobretudo, por uso de lentes de contato.

Tóxica

   A conjuntivite tóxica é causada por contato direto com algum agente tóxico, que pode ser algum colírio medicamentoso ou alguns produtos de limpeza, fumaça de cigarro e poluentes industriais. Alguns outros irritantes capazes de causar conjuntivite tóxica são poluição do ar, sabão, sabonetes, spray, maquiagens, cloro e tintas para cabelo. A pessoa com conjuntivite tóxica deve se afastar do agente causador e lavar os olhos com água abundante. Se a causa for medicamentosa é necessário a suspensão do uso, sempre seguindo uma orientação médica.

Medidas de prevenção e controle

   Lavar as mãos frequentemente; evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias; lavar com frequência o rosto e as mãos, uma vez que estas são veículos importantes para a transmissão de microrganismos patogênicos; não coçar os olhos; aumentar a frequência com que troca as toalhas do banheiro e sabonete ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos; trocar as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise; não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza; evitar contato direto com outras pessoas; não ficar em ambientes onde há bebês; não usar lentes de contato durante esse período; evitar banhos de sol; evitar luz, pois essa pode fazer com que o olho contaminado venha a doer mais.

Tratamento

   Para melhor poder diagnosticar a causa da conjuntivite, é de todo aconselhável a ida a um serviço de urgência oftalmológico, onde o médico poderá retirar uma amostra  das secreções purulentas produzidas pelos olhos, que será analisada a nível bacteriológico, fungal e viral na tentativa de descobrir qual o agente causador da conjuntivite.

   É utilizado gaze e água filtrada ou mineral, ou ainda soro fisiológico, para limpar as casquinhas que se formam em volta do olho. Água boricada não é mais indicada pelos médicos para esse tipo de tratamento.

   Não deve ser tocado com a superfície das embalagens no olho ou pálpebra quando da aplicação, para evitar a contaminação das soluções (colírios e pomadas);

   No caso do agente causador, o médico poderá prescrever um tratamento com antibiótico (em caso de bactérias), antifungo (em caso de fungo) ou antiviral (em caso de vírus), que será diferente consoante o tipo e o grau de resistência do agente que causa a doença.

Rua Anacleto de Jesus Ferreira - Arujamerica

Anacleto de Jesus Ferreira

   Anacleto nasceu na Bahia, na cidade de Jacobina, em 14 de Julho de 1922. Lá já era tintureiro e foi trabalhar numa lavanderia na cidade de Itaquara onde conheceu sua esposa Enedina Souza Ferreira. Recém casados mudaram-se para São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo.

  O Anacleto também tinha outra profissão, era cortador de pedra. Cortava para pedreiras esses paralelepípedos dos calçamentos das ruas. Em 1960 foi contratado pela pedreira do Sr. Narciso e veio com a família trabalhar em Arujá. Já tinha os filhos Arlindo e Raolinda e aqui nasceu a caçula, Angelina. Para ajudar o marido a Enedina lavava e passava roupa e assim fez sua clientela na casa onde moravam no final da Rua Major Benjamin Franco, numa viela chamada de Beco do Povo. Durante o dia o Anacleto trabalhava na pedreira e à noite ajudava a Enedina com as roupas.

     Em 1969 montaram a Lavanderia Bom Jesus na   rua Major Benjamin Franco e o Anacleto resolveu se dedicar somente às roupas. Mas o mês de Agosto de 1971 mudou a vida desta família.. Era uma Quarta-feira, dia 25, e o Anacleto passou na casa do ex-prefeito Benjamin Manoel (Beijo) para retirar algumas roupas pois sua filha Eunice iria se casar no sábado. Passou na lavanderia, deixou as roupas e foi fazer um jogo de loteria. Ao cruzar o rio Baquirivu que passava no final da rua Martins Fontes, sentiu-se mal e caiu, nos fundos da casa do Sr. Oswaldo Barbosa Coutinho. Era final do dia e a família ficou desesperada. Todos na cidade o procuraram em vão. Pela manhã algumas crianças viram aquele homem caído e avisaram o primeiro adulto que encontraram. Era o advogado Dr. Élcio Cordeiro dos Santos que ainda socorreu Anacleto com vida. Ao ver Enedina ainda disse suas últimas palavras: “Eu cai, bati a cabeça e não pude levantar”. O então prefeito Beijo providenciou uma ambulância para levá-lo para Mogi das Cruzes, mas não puderam salvá-lo, pois havia sofrido um derrame cerebral vascular.

     Muita gente deu apoio à Enedina, pois viúva tinha que criar seus três filhos de 16, 15 e 11 anos: o Beijo e a dona Terezinha todo dia traziam leite, os vizinhos dona Odete, dona Cida e muitos outros traziam serviço para que ela pudesse sobreviver. Ela não queria que dessem dinheiro, mas sim ganhá-lo com seu trabalho. Assim criou seus filhos e há 42 anos está no mesmo lugar com sua lavanderia.

      Em 1985 o então prefeito Toninho da Pamonha, através do Decreto nº 1.195,  homenageou o Anacleto dando seu nome à rua onde a família mora.

Entrevista - Pedro Campos Fernandes - Consultor em Gestão de Resíduos Urbanos


Ponto de Vista: Porque tanta preocupação com o lixo?
Pedro Campos Fernandes: Pouquíssimas pessoas se dão conta do que acontece com o seu lixo doméstico depois que o colocam no portão. Após o lixo ser colocado do lado de fora de casa ele passa por três fases: coleta, transporte e destinação final. As duas primeiras, apesar de serem caras, satisfazem razoavelmente. O problema está na destinação final. É importante que seja feita a conscientização sobre a destinação do lixo. Em países desenvolvidos é um sinal de cultura saber descartar o que não se quer mais dentro de casa. Os prefeitos têm a obrigação de instituírem campanhas eficientes e permanentes para que a população se conscientize que, além de uma questão ambiental é uma questão de saúde pública.

.de Vista: Como é a operação de descarte do lixo na atualidade?
PCF: Normalmente o lixo segue para lixões, aterros remediados e aterros sanitários. Um “menos pior” que o outro, porém todos são condenáveis por agredirem o solo, a água e o ar. O aterro sanitário, a despeito de ser tolerado, apenas adia o problema. São verdadeiras bombas que se autodetonarão em 30 ou 40 anos.

.de Vista: Existe alguma fiscalização nestes aterros e com que freqüência? E porque são sempre liberados para continuar seu trabalho?
PCF: A CETESB, órgão ligado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente é a responsável por esta fiscalização. Os aterros são obrigados a fornecer todos os dados necessários para este acompanhamento e ainda há as visitas regulares. Apesar dos aterros que recebem o lixo dos municípios do Alto Tietê estarem com sua vida útil praticamente esgotada, os aterros são sempre liberados por falta de alternativa. Se não para eles, pra onde mandar o lixo? Qual cidade quer ter um aterro regional? Então, após alguns ajustes emergenciais, o aterro ganha uma sobrevida e assim vai indefinidamente.

.de Vista: Qual é a solução aplicada em outros países?
PCF: Ásia, Europa e Estados Unidos já praticam há muitos anos a solução definitiva: transformam o lixo doméstico em dinheiro. Isso mesmo, em dinheiro! O Brasil produz por ano cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos urbanos. Só o Alto Tietê, sem Guarulhos, gera 1.500 toneladas por dia. Mas estamos pertinho de começar a resolver este problema. Chegou o momento de instalarmos as nossas usinas de transformação de lixo em energia (calor, vapor e eletricidade). Quanto ao investimento que o município teria que fazer, a resposta é: nenhum. Empresários já detectaram que é lucrativo este negócio e estão dispostos a investir na instalação de usinas de reciclagem energética. A prefeitura só precisa mandar o lixo para lá, nada mais. Ao mesmo tempo em que as usinas serão construídas, a população deve educar-se ambientalmente. Levar menos embalagens para casa, encaminhar o que não quer pra doação ou para reciclagem e jogar fora o mínimo possível.

.de Vista: Porque há tanta falta de interesse por parte dos prefeitos em investir em usinas de lixo?
PCF: Muitos prefeitos, por temor ou por outras razões, hesitam em participar desta solução. Desprezam o fato de que um colapso na coleta de lixo urbano por três dias significa 4.500 toneladas de resíduos nas portas das casas. Uma das primeiras, senão a primeira usina deste tipo deverá ser instalada em Ferraz de Vasconcelos. O prefeito Jorge Abissamra tentou formar um grupo de prefeitos para atrair uma usina dessas a nível regional quando foi presidente da AMAT (Associação dos Municípios do Alto Tietê). Visitou diversas usinas na Ásia e na Europa e decidiu encarar o desafio. Haverá um centro de recepção e triagem de materiais recicláveis administrada por cooperativas de catadores, uma usina termoelétrica que transformará todo o material inservível em energia e indústrias que aproveitarão os produtos gerados. As obras deverão iniciar no próximo semestre e ficarão prontas em dois anos.

.de Vista: Já existe alguma legislação que direcione para essa solução?
PCF: A legislação é recente e poucos estão atualizados. Novas ações para amenizar o impacto dos resíduos sólidos devem ser implementadas nos municípios brasileiros a partir da regulamentação da Lei Federal 12.304/2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, sancionada pelo ex-presidente Lula no final de Dezembro. Todos os cidadãos são responsáveis pela destinação correta dos resíduos que produzem, mas os prefeitos serão severamente penalizados se, em dois anos não tiverem implantada a coleta seletiva e, em quatro anos, se o lixo recolhido na cidade não tiver um destino que respeite todas as leis ambientais.

Pizzarias


       Existem três modalidades de trabalho. Algumas têm o salão para que você desfrute da pizza no próprio local, outras têm o salão e as entregas nas residências através de motoboys (“delivery”), as demais têm somente um balcão para retirada e “delivery”.

        O pioneiro em fazer pizzas em Arujá foi o Restaurante Flor da Serra (hoje denominado Churrascaria Chaleira Preta), iniciado pelo Jorge Miura, pai do Luiz Miura. Em seguida veio o Restaurante Arujazinho, fundado pelo Arnaldo Candela, onde hoje é o Centro Comercial Vila Florida. Só depois veio o tradicional Restaurante Costelão que também começou a fazer pizzas.

         Em 1977 o Silvio Estevam resolveu montar uma pizzaria que funcionasse de sexta-feira a domingo. Por sugestões de amigos acabou montando um verdadeiro restaurante de massas que funcionava de terça-feira a domingo com almoço e janta, onde a pizza era o “carro chefe”. Montou o Piattone, na Avenida dos Expedicionários ao lado da Igreja Congregação Cristã, em frente à Arufer. Muita gente não acreditava no empreendimento pois diziam que comércio longe da Via Dutra não iria vingar. Mas tudo deu certo. Às sextas-feiras chegou a fazer 150 pizzas, aos sábados 300 e aos domingos 120, que os clientes vinham retirar ou consumir no amplo salão.

         Silvio, freqüentador de pizzarias no Brás, se inspirou na decoração e no estilo dos proprietários, sempre presentes junto às mesas dos clientes observando a aceitação do serviço.

         Em 1982, o Silvio vendeu o Piattoni ao Dr. Roque, que havia comprado o imóvel. Logo depois surgiram mais duas pizzarias, o La Gôndola e o Tarantella, na região dos condomínios. O Dr. Roque logo vendeu para o Damasceno, que já trabalhava no La Gôndola e tocou até 1987, ao pé da letra, pois tocava acordeon, quando ganhou um bom dinheiro na loteria, comprou um Escort XR-3 conversível, um sítio no interior e largou a pizzaria.

       No dia 26 de Fevereiro de 1990 o Sr. Domenico Cunto inaugurou a Pizzaria San Marco, ao lado de sua casa na Vila Pedroso. Trabalhavam o Sr. Domenico, sua esposa Ana Maria montando as pizzas e os filhos Toni e Cristiane pegando os pedidos. “O salão era pequeno, cabiam 16 pessoas, por isso estava sempre lotado. Mas fornecíamos muita pizza para viagem. Em 1992 aumentamos a capacidade do salão”, diz o Sr. Domenico. No início as pizzas mais tradicionais eram muzzarela, portuguesa, frango, calabreza, aliche e atum, e mais 10 sabores. Hoje já contam com 32 sabores. “A princípio o forno era para 2 pizzas e calculando os custos com o João Cabeça e a Helena na Contabilidade São Paulo, chegamos ao número inicial de 300 pizzas por mês para cobri-los. No primeiro mês fizemos 372. No segundo mês, 700. Em 1993 ampliamos o forno para 7 pizzas, e chegamos a fazer 2.200 pizzas num mês”, diz Toni, filho do Sr. Domenico.

        Em 1996 iniciaram as entregas em domicílio com carro, mas depois veio um motoboy chamado César e o Donizeti, que está na entrega até hoje. “A pizza mais pedida até hoje é a de muzzarela”, diz o Sr. Domenico. Um fato interessante: somente agora a casa vai trabalhar com cartão de débito, antes era só no dinheiro, no cheque e para alguns clientes cadastrados, no “pindura”. “Hoje o “delivery” responde por 80 % do faturamento da casa. Infelizmente no nosso ramo não encontramos pessoas especializadas. Seria interessante trazer cursos para pizzaiolos, garçons, que é uma forma de profissionalizar o mercado”, diz o Sr. Domenico. Nesta e em toda pizzaria consciente toda a madeira utilizada no forno é eucalipto fornecido por empresa certificada pelo IBAMA, de reflorestamento que dá um sabor especial pois é colocada dentro do forno, ao lado da pizza.

         O Arnaldo Antonio Novaes e o Dr. Luiz Antonio de Camargo são amigos e consumidores de pizzas há muito tempo e resolveram abrir uma pizzaria em Arujá em Setembro de 1991, e numa sexta-feira dia 13. Deu sorte, pois o Arnaldo que trabalhava na Norton e morava em Guarulhos, acabou vindo morar em Arujá em 1993. A pizzaria foi aberta ao lado do HSBC, na Av. Antonio Afonso de Lima e lá ficou por 16 anos, com entregas através de motoboys desde o início. O Dr. Luiz Camargo, por ser advogado, optou por deixar o empreendimento com o Arnaldo em 1994. “É muito gratificante ver jovens virem buscar pizzas na Di Palazzo onde freqüentaram a casa crianças de colo com seus pais”, comenta Arnaldo.

          Hoje, localizada na Rua Maranhão, a Di Palazzo também oferece almoço por quilo. No início trabalhava com 15 sabores, mas hoje tem mais de 60 no cardápio. “A Vigilância Sanitária fiscaliza o meu estabelecimento de 3 a 4 vezes por ano. O custo de uma boa pizzaria é muito alto, pois temos que dedetizar de 3 em 3 meses, manter freezers para diferentes produtos (exigência da Vigilância Sanitária), enquanto existem muitas pizzarias clandestinas. O mercado está para todos mas devemos seguir as mesmas normas, sem concorrência desleal. Até a fiscalização nessas horas é falha, pois as pizzarias geralmente abrem após as 18 horas, horário em que não existe fiscalização e muitas delas nem alvará têm. Estas pseudo-pizzarias trabalham com ripas e retalhos de madeiras de construção nos seus fornos que quando queimadas exalam o vapor desta lenha para as pizzas, envenenando-as, quando nós só utilizamos eucaliptos de empresas certificadas”, diz Arnaldo, que há dez anos também dedica o seu tempo como pastor da Assembléia de Deus no Jardim Real.

      Morador desde 1996 em Arujá, Edilson Araujo de Medeiros, depois de trabalhar por muitos anos no ramo de alimentos resolveu ser patrão e montou a Pizzaria Flor da Expedicionários no ano de 2000. Edilson é o próprio pizzaiolo, que seguindo todas as normas impostas pela Vigilância Sanitária e trabalhando com a esposa e os dois filhos montou sua pizzaria somente com retirada no balcão e entrega através de motoboys. “É só gostar do que se faz para ter sucesso”, diz Edilson, que tem em seu cardápio 47 sabores de pizza. “Trocamos a pizza quando não for do agrado do cliente. Já aconteceu do cliente ter pedido pizza de peperone ou aliche para crianças. São pizzas de sabores fortes e o cliente realmente não conhecia os ingredientes”, explica Edilson.

       “Calculo que Arujá tenha de 30 a 35 pizzarias”, diz Neide Vilela, gerente da Pizzaria Don Benaglia desde a inauguração em 2002. O segredo do sucesso é a qualidade dos ingredientes. Não tem sentido economizar neste item. Mantém somente balcão para retirada e entrega com motoboys, sendo o forte das entregas a região dos Condomínios, depois o Center Ville, o Jordanópolis e Nova Arujá.

       “A tendência é que o forno a lenha seja substituído pelo forno elétrico, bem mais ecologicamente correto, pois além de não produzir fumaça, preserva as florestas”, comenta João Mário, dono desde 2007 da única franquia existente em Arujá, a Super Pizza Pan. Aliás, somente depois da abertura da unidade em Arujá se transformou em franquia, com 19 lojas já instaladas no Estado de São Paulo. Hoje João Mário administra juntamente com sua família quatro unidades, sendo mais duas em Guarulhos e outra em Mogi das Cruzes. Viu Arujá como uma cidade em franco crescimento e resolveu investir. Hoje o salão representa 40 % do faturamento, o “delivery” 50 % e o balcão 10%. “O forno elétrico muda o sabor da pizza. Nossa pizza é assada e frita ao mesmo tempo, passando por uma esteira, deixando a massa leve e crocante. O preço é compatível com a qualidade. O empreendimento deu certo e só tenho a agradecer ao povo de Arujá pelo nosso sucesso”, afirma João Mário.

Entrevista:

ODAIR NERIS
MANO’S PIZZARIA E RESTAURANTE

Ponto de Vista: De onde você veio e porque escolheu Arujá para montar seu negócio?
Odair: Eu vim de Limeira. Trabalhei no restaurante Pinguim, em Ribeirão Preto, como pizzaiolo e garçom. Depois fui para o Giovaneti de Campinas e depois para a Cantina Giovani de Guarulhos, onde trabalhei como garçom de dia e pizzaiolo à noite. Em 1996 resolvi montar uma pizzaria em Arujá juntamente com meu irmão, por isso o nome Mano’s.

.de Vista: Porque no Parque Rodrigo Barreto?
Odair: Devido ao preço do aluguel, bem mais barato que no centro. Depois o bairro tem uma população muito grande e que não tinha nenhuma pizzaria. Eu fui o pioneiro. Me instalei na Avenida Armando Colângelo. Logo aluguei uma casa e me mudei para a cidade. Em 2009 me mudei para o novo local, prédio próprio, com espaço para 120 lugares e desde 2005 já oferecendo almoços a la carte com churrasco e comercial.

.de Vista: Foi fácil ser patrão?
Odair: No início foi muito difícil. Eu era o pizzaiolo e chegamos a produzir 440 pizzas em um sábado, sendo que a maioria era entregue no Barreto. Eu tinha prática com comida mas não tinha experiência com a administração de um comércio. Faz muita falta cursos de capacitação para pequenos empresários. Meu irmão largou a sociedade e eu fiquei sozinho. Os motoboys diziam que eram roubados, mas na realidade davam golpe em mim dizendo terem sido assaltados levando as pizzas ou o dinheiro delas. Sofri muito, mas mesmo assim montei uma filial em Itaquá que ainda funciona. Hoje as entregas representam 70 % do faturamento da Mano’s, aprendi na raça.

.de Vista: Você já se envolveu com a política?
Odair: Sim, fui candidato a vereador em 2008 pelo PSB. Gostei da experiência, pois tive 312 votos, que é de se invejar. Tenho a intenção de defender o Parque Rodrigo Barreto, que é muito grande e carente e não tem nenhum representante legítimo. É uma maneira de agradecer o carinho que esta população teve comigo. Me aguarde em 2012. Perdi a batalha, mas não a guerra.

.de Vista: E você tem intenções em ampliar os negócios?
Odair: Sim, atualmente estou planejando aumentar o meu salão com mais 40 lugares para fumantes. Aguardem e verão. O Barreto tem muito por onde crescer.

Tiffany - os bastidores da joalheria mais famosa do mundo

   Com peças de preços variados, a Tiffany prova que luxo é uma combinação de qualidade e atendimento diferenciado

O filme "Bonequinha de Luxo", inspirada em obra 
homônima de Truman Capote, tem como pano de fundo 
a Tiffany, na época já considerada um símbolo americano.
   São Paulo - "Nada de mal pode lhe acontecer em um lugar como esse". A célebre frase da excêntrica personagem de Audrey Hepburn durante uma visita à Tiffany nova-iorquina no filme "Bonequinha de Luxo" não previa um possível assalto, como o que ocorreu numa das filiais brasileiras da joalheria no ano passado. Mas certamente poderia ser usada como lema de marketing dessa verdadeira meca do luxo, ainda que o filme não tivesse uma gota de merchandising.

O lugar "onde nada de mal pode lhe 
 acontecer", nas palavras da excêntrica 
 Holly Golightly, personagem de Audrey 
Hepburn em "Bonequinha de Luxo"
   Quando se entra em uma das mais de 200 lojas da Tiffany & Co. ao redor do mundo, a sensação que fica é a de que, ali, cada detalhe foi pensado para que toda a experiência de comprar ou receber um presente seja extremamente especial. As vitrines meticulosamente decoradas por designers de renome, as flores trocadas pelo menos duas vezes por semana, a famosa caixa da joia de cor patenteada "Azul Tiffany" e laço que nunca dá nó. Aqui no Brasil, em particular, quem quiser ver uma joia com calma pode se sentar e tomar um cafezinho servido em xícaras de louça pintada à mão.

 "Blue box", de cor patenteada, nunca sai
de uma loja sem conter um presente Tiffany.
   A partir do momento em que entra na loja, o cliente é acompanhado pelo mesmo funcionário durante anos. Quem fica muito tempo sem retornar é contatado por seu vendedor. A orientação é para que todos os clientes sejam tratados da mesma forma, não importando o valor da compra. O que, na Tiffany, não é pouco. Ao contrário do que possa parecer, nem tudo custa uma exorbitância. Isso não quer dizer que a Tiffany tenha se tornado uma marca acessível a qualquer bolso. Mas os itens à venda já não são mais destinados apenas a uma meia dúzia de privilegiados.

   As duas filiais brasileiras da Tiffany localizam-se em endereços chiques da capital paulista - os shoppings Iguatemi e Cidade Jardim - que atendem não só aos super ricos de São Paulo como também a uma classe média de renda em alta e ávida por consumir produtos de bom gosto. Atualmente, a peça mais barata é um pingente de prata da famosa coleção "Return to Tiffany’s", que custa 265 reais. Mesmo uma pulseira de prata com um pingente da mesma coleção sai por volta de 1.000 reais.

O Diamante Tiffany hoje fica exposto na sede da marca 
em Nova York, em montagem de Jean Schlumberger.
  Itens como esses convivem harmoniosamente, por exemplo, com um solitário de 426.000 reais cujo diamante de 2.03 quilates rivaliza em tamanho com um caroço de azeitona. Por aqui é possível inclusive parcelar as compras mais caras em até dez vezes, com prestações mínimas de 1.000 reais. Mas caso uma joia com preço de seis dígitos ainda não agrade o comprador, dá para agendar uma ida à Nova York para encomendar uma peça exclusiva diretamente aos designers da empresa.

   Não é, portanto, uma questão de altas cifras. É uma questão de aura. "Luxo é tudo que supera a expectativa de alguém", diz Sandro Fernandes, gerente geral da Tiffany no Brasil. "A Tiffany é pautada por duas bases muito claras: qualidade do produto e a experiência do cliente na interação. Somos obcecados pela satisfação do cliente", explica o executivo.

A trajetória da joia

   Os brasileiros conhecem a Tiffany há apenas nove anos, mas sua tradição remonta a 1837, quando o jovem Charles Lewis Tiffany abriu sua loja de artigos de luxo na 259 Broadway, em Nova York, e totalizou apenas 4 dólares e 98 cents no primeiro dia de vendas. De lá para cá, a marca que hoje toma conta da esquina da Quinta Avenida com a Rua 57 conquistou a alta sociedade americana e tornou-se patrimônio dos Estados Unidos. Sua referência em design garantiu-lhe a honra de confeccionar das joias da esposa do presidente Lincoln no dia de sua posse ao troféu do Super Bowl.

  A Tiffany é uma das maiores autoridades em joalheria do mundo, e certamente a qualidade de suas joias é indiscutível. Hoje em dia, os detalhes de sua trajetória também são minuciosamente planejados, a começar pelas minas fornecedoras, que devem ter certificação internacional atestando que não estão em área de conflito, que não ameaçam o meio ambiente nem utilizam mão de obra escrava.

    Gemólogos da própria Tiffany selecionam as pedras, e toda a confecção das joias é feita dentro da empresa. Os joalheiros são todos funcionários, alguns com 20, 30, até 40 anos de casa. São eles os responsáveis por dar vida aos desenhos imortais de Jean Schlurberger e dos atuais designers residentes, Elsa Peretti, Paloma Picasso e o arquiteto Frank Ghery.

  As avaliações das pedras e dos valores das joias também são feitas internamente, segundo um rígido padrão de qualidade. "Já aconteceu de alguns clientes levarem a peça para ser avaliada por um profissional de fora, e este tê-la avaliado acima do valor dado pela Tiffany. Nos Estados Unidos, a classificação das pedras, por exemplo, é mais rigorosa que a do órgão oficial, o Instituto de Gemologia da América", conta o gerente geral da Tiffany no Brasil.

   Por isso mesmo, todas as peças da loja contam com uma etiqueta de preço, prática ainda hoje pouco usual no mundo do luxo. Charles Tiffany foi o pioneiro ao estabelecer tal costume nos Estados Unidos, numa época em que era praxe negociar valores com os vendedores, que por sua vez precificavam os produtos de acordo com a aparência ou o nome do cliente. Por outro lado, isso também significa que não há desconto em hipótese nenhuma - vale o que está escrito.

  Quando Charles Tiffany comprou um terço das joias da coroa francesa em 1887, passando para a história como o "rei dos diamantes", o mundo já conhecia o raro diamante amarelo de 128.54 quilates descoberto na África do Sul dez anos antes e apelidado de Diamante Tiffany. Hoje, a pedra está exposta na sede da empresa em Nova York e não está à venda. Mas certamente os diamantes continuam sendo o carro-chefe da Tiffany & Co.

  Nas lojas, os solitários - ou "engagement rings" - possuem um display especial. Nesse tipo de anel, as pedras normalmente ficam presas por seis garras que deixam o diamante completamente exposto à luz, o que potencializa seu brilho. Essa disposição, chamada de "Tiffany setting", é marca registrada da empresa.

   Sejam os imortais diamantes, seja prata de lei - cujo padrão foi estabelecido pela Tiffany em 1851 - a característica perseguida pelos designers da empresa sempre foi a atemporalidade. Basta se lembrar de coleções célebres como a 1837, que saúda o ano em que a joalheria foi inaugurada; ou a "Return to Tiffany's", de 1969, iniciada como uma coleção de chaveiros que deveriam ser "devolvidos à Tiffany" em caso de perda das chaves para que a loja reencontrasse o dono por meio do número de identificação gravado na peça. Ambas estão, até hoje, entre as coleções mais populares da Tiffany, ao lado de séries mais modernas, como a Atlas, de 1995, iniciada como uma coleção de relógios, ou a coleção de chaves, de 2009, inspirada no acervo de chaves antigas da empresa.
A famosa coleção de chaves é inspirada nas 
 chaves antigas do acervo da própria Tiffany.