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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Renova

Fachada da Renova
   Muito se fala em reciclagem. Reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessitarão de tratamento final, como aterramento (aterros sanitários ou lixões), ou incineração. A reciclagem de materiais como o papel, o vidro, o plástico e o metal (especialmente as latinhas de alumínio) são as mais conhecidas, mas materiais altamente tóxicos e poluentes também são recicláveis e têm uma destinação correta para que não poluam o meio ambiente. É o caso dos resíduos hospitalares, dos óleos e lubrificantes, das pilhas, baterias e material eletrônico, dos pneus e dos resíduos industriais. Tudo que é produzido nas indústrias gera resíduos. A prática mais utilizada para o descarte destes resíduos era enviá-los para os aterros especiais denominados de classe I e II. Mas hoje já existem empresas especializadas na reciclagem destes materiais e em Arujá uma empresa especializou-se na reciclagem de resíduos metálicos: o Grupo Renova.

  À medida que o consumo impulsiona a indústria, a quantidade de rejeitos aumenta na mesma proporção. As empresas têm se preocupado com o tratamento dos resíduos que geram, não só devido à legislação ambiental, cada vez mais restritiva, mas principalmente porque estão chegando à conclusão de que sendo co-responsáveis pelos resíduos depositados nos aterros, qualquer problema que houver estas empresas terão que se manifestar. “Certa vez houve um problema de infiltração de resíduos num determinado aterro sanitário especial e uma empresa de fraldas descartáveis acabou sendo multada, pois depositava os restos da produção neste local. A empresa entrou com recurso alegando que o seu produto não era poluente e a CETESB determinou que se a empresa retirasse as fraldas do aterro a multa seria anulada. Evidentemente seria impossível este procedimento, mas ficou bem claro que a empresa também teve participação e não tinha como se eximir de culpa”, explicou Luiz Carlos Bernardi, diretor do Grupo Renova.
Briquetes: pó de metal prensado
   A Renova retira resíduos em mais de 600 empresas de autopeças, retíficas, siderúrgicas, fundições, montadoras de automóveis, rolamenteiras e metalúrgicas em Minas Gerais e São Paulo e na região Sul do país. O Grupo Renova beneficia resíduos que contenham ferro ou alumínio em sua composição como carepa de ferro contaminada (película de óxido de ferro que se forma na superfície do aço laminado a quente), borra de retífica, borra de lapidação, borra de brunimento, borra de oxicorte, borra de eletroerosão, borra de tamboreamento, pó de ferro, pó de jateamento, lodos misturados com ferro, areia e serragem contaminadas com óleo, terra diatomácea, cavacos contaminados com óleo e mantas, papéis, estopas e tecidos filtrantes. Para se ter uma idéia é todo aquele material resultante da confecção de peças metálicas, rebarbas, pós de ferro, etc...que não podem ser descartados no lixo comum.
Processo de reciclagem
  Para se efetuar o transporte de resíduos industriais é necessário atender certas normas e exigências como o acompanhamento da Nota Fiscal da empresa geradora, discriminando qual o resíduo transportado e o peso. O caminhão deverá possuir o certificado de capacitação para o transporte de resíduos perigosos, emitido pelo INMETRO e é muito importante que a empresa tenha contrato com uma empresa prestadora de serviços para atendimento em caso de emergências, para qualquer avaria ou acidente dos veículos. Estas empresas prestam todo tipo de assessoria tais como isolar a área contaminada, estancar o produto derramado, acompanhar os serviços de acondicionamento, transferência e transbordo, executar os serviços de limpeza e descontaminação da área, comunicar o fato às devidas autoridades, etc.

   Na sua criação em 1986 o Grupo Renova possuía poucos clientes dentre eles as grandes montadoras Volkswagen e Fiat e os resíduos eram retirados e doados para a CST (Companhia Siderúrgica Tubarão) no Espírito Santo. Era mais caro, mas bem mais correto ecologicamente. Após anos de estudo hoje o procedimento é o reaproveitamento do pó de ferro. O Grupo Renova adquiriu equipamentos de última geração e desenvolveu técnicas sofisticas de briquetagem, cuja função é aglomerar partículas finas por meio de pressão para obter um produto compactado. Prensado a frio, a mistura forma briquetes que apresentam grande resistência e são fornecidos às siderúrgicas para serem fundidos juntamente com os metais que elas produzem de acordo com as concentrações de metais que são fornecidas pelo laboratório da Renova.

  O tratamento dos resíduos pela Renova consiste basicamente na recepção dos resíduos em boxes impermeáveis, coleta de amostras dos resíduos para análise em laboratório, separação entre borra/terra/mantas filtrantes, coleta seletiva dos contaminantes aparentes (madeira, ferro, plástico, etc.), destruição térmica dos resíduos de acordo com laudo laboratorial para otimização da operação no secador, secagem e volatilização da umidade, estocagem e briquetagem e destinação para fundições nas siderúrgicas para a produção de novas peças fundidas.
Fase do processo de reciclagem dos resíduos metálicos 
 “O nosso objetivo é a utilização da técnica de destruição térmica dos contaminantes presentes no resíduo através da secagem e volatilização da umidade presente, seja na forma de óleos, água, solventes, aglutinantes, e posteriormente ajustes químicos para destinação final como produto reciclado. O que era resíduo se torna matéria prima a ser reaproveitada em companhias siderúrgicas para fabricação de aço, não tendo a empresa geradora nenhuma co-responsabilidade sobre o mesmo. Até os resíduos produzidos no Grupo Renova são tratados de forma a não agredirem o meio ambiente. Os óleos são retirados por uma empresa especializada na sua recuperação e a água é toda estocada e regularmente retirada. Nada é jogado na rede de esgoto”, explica Luiz Carlos Bernardi.

  Após o tratamento do resíduo a Renova fornece mensalmente um Certificado de Tratamento, Reciclagem e Destinação Final do Resíduo, informando qual a quantidade retirada no mês, qual o tratamento dado a este resíduo e sua destinação final. É uma maneira de dar o exemplo e, ao mesmo tempo, atestar a lisura de seus processos.

  É isto que a Renova faz: o gerenciamento de resíduos industriais. Há  25 anos a empresa segue a lei formulada por Lavoisier: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. No que diz respeito às ações socioambientais , o Grupo Renova mantém parceria com entidades como o Instituto Pau Brasil, que desenvolve trabalhos voltados para crianças nas áreas de pesquisa e educação ambiental, a Cruma (Cooperativa de Rciclagem Unida pelo Meio Ambiente), que tem por missão gerar empregos e promover a consciência ambiental, e a Abriela, que trata de pacientes portadores de esclerose lateral amiotrófica. A empresa também apóia iniciativas da comunidade que visem melhorar a qualidade de vida da população.

 O Grupo Renova está se adequando para receber em breve um resíduo altamente tóxico e assim transformá-lo em combustível para as grandes siderúrgicas: o lodo que é produzido nas indústrias de tintas.

  Embora o Grupo Renova tenha uma unidade em Guarulhos onde é feita a briquetagem, uma área no Rio Grande do Sul para depósito dos resíduos lá coletados, é em nossa cidade que está instalado todo o processo de reciclagem.

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