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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rua Anacleto de Jesus Ferreira - Arujamerica

Anacleto de Jesus Ferreira

   Anacleto nasceu na Bahia, na cidade de Jacobina, em 14 de Julho de 1922. Lá já era tintureiro e foi trabalhar numa lavanderia na cidade de Itaquara onde conheceu sua esposa Enedina Souza Ferreira. Recém casados mudaram-se para São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo.

  O Anacleto também tinha outra profissão, era cortador de pedra. Cortava para pedreiras esses paralelepípedos dos calçamentos das ruas. Em 1960 foi contratado pela pedreira do Sr. Narciso e veio com a família trabalhar em Arujá. Já tinha os filhos Arlindo e Raolinda e aqui nasceu a caçula, Angelina. Para ajudar o marido a Enedina lavava e passava roupa e assim fez sua clientela na casa onde moravam no final da Rua Major Benjamin Franco, numa viela chamada de Beco do Povo. Durante o dia o Anacleto trabalhava na pedreira e à noite ajudava a Enedina com as roupas.

     Em 1969 montaram a Lavanderia Bom Jesus na   rua Major Benjamin Franco e o Anacleto resolveu se dedicar somente às roupas. Mas o mês de Agosto de 1971 mudou a vida desta família.. Era uma Quarta-feira, dia 25, e o Anacleto passou na casa do ex-prefeito Benjamin Manoel (Beijo) para retirar algumas roupas pois sua filha Eunice iria se casar no sábado. Passou na lavanderia, deixou as roupas e foi fazer um jogo de loteria. Ao cruzar o rio Baquirivu que passava no final da rua Martins Fontes, sentiu-se mal e caiu, nos fundos da casa do Sr. Oswaldo Barbosa Coutinho. Era final do dia e a família ficou desesperada. Todos na cidade o procuraram em vão. Pela manhã algumas crianças viram aquele homem caído e avisaram o primeiro adulto que encontraram. Era o advogado Dr. Élcio Cordeiro dos Santos que ainda socorreu Anacleto com vida. Ao ver Enedina ainda disse suas últimas palavras: “Eu cai, bati a cabeça e não pude levantar”. O então prefeito Beijo providenciou uma ambulância para levá-lo para Mogi das Cruzes, mas não puderam salvá-lo, pois havia sofrido um derrame cerebral vascular.

     Muita gente deu apoio à Enedina, pois viúva tinha que criar seus três filhos de 16, 15 e 11 anos: o Beijo e a dona Terezinha todo dia traziam leite, os vizinhos dona Odete, dona Cida e muitos outros traziam serviço para que ela pudesse sobreviver. Ela não queria que dessem dinheiro, mas sim ganhá-lo com seu trabalho. Assim criou seus filhos e há 42 anos está no mesmo lugar com sua lavanderia.

      Em 1985 o então prefeito Toninho da Pamonha, através do Decreto nº 1.195,  homenageou o Anacleto dando seu nome à rua onde a família mora.

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