Páginas

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Giovanni Carlo Negretti

Giovanni demonstra entusiasmo na entrevista
   Sou nascido na Itália na cidade de Torino (Turim), a sede da FIAT, em 16 de Agosto de 1939. Era início da II Grande Guerra e meu pai trabalhava numa fábrica de uniformes. Ele fazia parte do grupo de revoltosos que não concordavam com as idéias de Mussolini nem de Hitler e desviava roupas para o grupo. Acabou sendo descoberto e teve que fugir para o Brasil em 1943 deixando a família na Itália. Viemos nos encontrar em Janeiro de 1947 no Rio de Janeiro onde vivemos até 1951 quando viemos para São Paulo. Finalmente consegui começar os estudos e fui estudar na Escola Técnica Getúlio Vargas me formando em mecânico de automóveis e fui trabalhar na Brinquedos Estrela aos 16 anos.
            
    Meu pai, sempre à procura de novos negócios, conheceu Arujá no final de 1958 e arrendou um restaurante que ficava em frente à piscina do Condomínio Arujazinho I. Em 1959 com a compra do imóvel eu e meu irmão Ferruccio moramos nos fundos do restaurante pois meus pais moravam em São Paulo tocando outros negócios. Meu irmão arranjou outro emprego e eu já casado com Diomar Fernandes Negretti tocava o restaurante com a ajuda de meus pais aos finais de semana. Em 1961 foi inaugurado o Arujá Country Club e acabei assumindo o restaurante. Querendo ganhar um pouco mais montei um depósito de materiais de construção numa esquina em frente à portaria do Condomínio Arujazinho I, onde hoje é a Red Flowers.Vendia cimento, cal, tábuas e fazia as entregas com uma carroça. Durante mais de cinco anos só troquei dinheiro tanto nos restaurantes como no depósito. Em 1965 inaugurei o Depósito Construtor, onde hoje está o Colégio Objetivo e comecei a ganhar algum dinheiro. Nessa época, minha esposa Diomar formou-se arquiteta em Mogi das Cruzes, tendo sido da sua turma a arquiteta Junko Nishimura e o Daniel Delgado.

    Em 1972 fui com Diomar à Itália e em 1973 meu depósito pegou fogo e perdi tudo. Todos os meus amigos e clientes foram muito solidários, nunca vou me esquecer. Administrei o Construtor até 1983. Já tinha caminhões e grande clientela, mas a minha esposa adoeceu e gastei praticamente tudo o que tinha para curá-la, mas foi em vão. Desgostoso, vendi o depósito para o José Camassi e fui passear. No Nordeste vi uma casa comercial com o nome A Ferragista. Gostei do nome e pensei em montar um novo comércio com esse nome. Mas antes um amigo me convenceu a aplicar o restante do dinheiro da venda do depósito na Bolsa de Valores. Apliquei uma pequena fortuna e adivinhem...perdi tudo novamente.
    
 Comecei um novo relacionamento em 1984 com uma companheira maravilhosa: Emilce Grazia. Éramos muito amigos e sempre estávamos juntos. Porém em 2008 faleceu deixando um grande vazio em minha vida.
            
   Em 1988 montei em sociedade com Jefferson Urtado a loja A Ferragista na Avenida dos Expedicionários, próxima à Praça Narciso José Lopes, num imóvel alugado pelo Zé da Costa. Eu não tinha dinheiro mas tinha muito crédito. Meu sócio quis se retirar da sociedade mas eu não tinha dinheiro para comprar a sua parte, portanto ofereci sociedade ao meu genro Airton que está comigo até hoje. Em 1991 nos mudamos para o local onde hoje está a Artbella, na Estrada de Santa Isabel.
            
   Surgiu uma oportunidade para comprar uma área ao lado mas a proprietária pedia muito dinheiro. Com a intermediação da Esmeralda Vestri em 1996 finalmente compramos a área e nos mudamos em 1997 para a nossa sede própria. Posso me considerar o comerciante mais antigo em atividade em Arujá.
            
   Tenho três filhas: Vera Negretti Mariotto, Eliana Negretti Franco e Lidia Negretti Santângelo que me deram 5 netos e 4 bisnetos.
           
   Há 25 anos vou todo final de semana a Bertioga curtir a praia. Lá vou buscar energias na água do mar. Minha companheira no dia a dia é a Vilma Moraes, grande mulher que cuida muito bem de mim como eu cuido dela. Mas não descuido do comércio pois a vida me ensinou que só trabalhando se recuperam as perdas. Arujá é a cidade que abracei como minha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário