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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Oswaldo Barbosa Coutinho

Oswaldo Barbosa Coutinho

Oswaldo Barbosa Coutinho poderia ser definido pela foto ao lado: um grande sorridente.  Oswaldo Coutinho é mais do que isso, é um grande arujaense.

Nasceu em 26 de abril de 1932, onde é hoje a Rua São Bento, próximo ao salão de beleza da Michiko. Parte daquelas terras, onde hoje é o Jardim Rincão pertenciam a seu pai, o Sr. Antônio Rodrigues Barbosa,  que transportava mercadorias, pessoas e fazia mudanças em seu carro de boi. Sua mãe era Dona Benedita Rosa Coutinho, que fazia as transcrições no cartório da época, cujo cartorário era seu pai, avô do Sr. Oswaldo, Antonio da Natividade Coutinho. O Sr. Oswaldo tem quatro irmãos – o Zé, o Dito (já falecido), a Dona Maria e o Dirceu. Naquela época não havia hospital.  Os partos eram feitos em casa com a ajuda de uma parteira.

Na época de sua infância, Arujá só tinha fazendas e poucos estabelecimentos comerciais. A vida da cidade concentrava-se na Rua Major Benjamin Franco.  O comércio da época eram armazéns que vendiam de tudo mas principalmente alimentos.  Tinha o Sr. Manuel Areias com seu caminhão para o comércio de carvão, tinha o armazém do Sr. Antonio Afonso de Lima que depois passou para seu filho Nardo (Arnaldo Afonso de Lima), tinha o armazém do Sr. Antonio Pedroso de Almeida, pai do Dito Bina e do Zé do Bina. Oswaldo Coutinho ajudava o pai com o carro de boi e a sua avó, que era doceira. Arujá fazia parte de Mogi das Cruzes e era isolada, com apenas duas estradas que ligavam a cidade às cidades vizinhas. Para ir a Mogi das Cruzes podia-se ir a cavalo pelo mato ou ir até Itaquaquecetuba onde havia ônibus e trem que seguiam por Suzano.  Para ir a São Paulo, do mesmo modo deveria ir a Itaquá e tomar um ônibus ou trem. Tempo médio para São Paulo, duas horas e meia.

Aos 7 anos, estudava na Escola Mista de Arujá, sempre na Rua Major Benjamin Franco, que só tinha até a 3ª série do primeiro grau. Dois anos mais tarde, por ordem do vice-prefeito de Mogi, era o responsável por acender os lampiões de carbureto da rua Major Benjamin Franco.

O Sr. Antonio, pai do Sr. Oswaldo, fez amizade com alguns caçadores de São Paulo que vinham a Arujá.  O Sr. Antonio chegou a visitar estes amigos na Av. Celso Garcia e outras localidades e levava os meninos, onde eles até conheceram o bonde puxado a cavalo.  Dona Rosa, a mãe, dizia aos meninos: “Não fiquem admirados com tudo aquilo, pois aqui um dia ainda vai ficar do mesmo jeito.”

O Sr. Oswaldo seguia ajudando o pai no trabalho com a charrete (o táxi da época). 

Esforçado, o Sr. Oswaldo estudou por conta própria para prestar o concurso para a Polícia Rodoviária Federal, na época chamada Polícia de Tráfego. Aos 19 anos, em 1950, ingressou na carreira policial. No mesmo ano, a construção da Rodovia Presidente Dutra continuava, para a sua inauguração em 1951.  A base da cidade ficava perto do viaduto, onde atualmente se localiza o Posto do Miura. Passavam poucos carros pela rodovia, que tinha apenas uma pista, e sua atividade diária era de fiscalização.

O pai do Sr. Oswaldo levava as professoras que vinham de outras cidades para o centro de Arujá com a sua charrete. Uma dessas professoras, Arminda Cantisani, que lecionava no Grupo Escolar de Arujá, chamou a atenção do Sr. Antônio. Todos os dias, quando ia levar a professora, falava a ela sobre o seu “filho guarda”. Num dia, em 1957, o Sr. Oswaldo, que estava de férias e substituía o pai, foi buscar Arminda na Dutra e então, se conheceram. Fizeram amizade, e começaram a namorar. Iam à igreja, ao cinema em São Paulo e freqüentavam a Doceria do Talarico. Antes do casamento, ainda passou 2 anos em Uberlândia a serviço da Polícia Rodoviária Federal. 

Em 15 de julho de 1961, casou-se com Arminda e alugaram uma casa na Avenida dos Expedicionários. Nessa época, a cidade já tinha outros estabelecimentos, como os armazéns do Sr. Onozor Maiolino, do Nardo, do Dito Bina, do Bráz Maiolino (Brazão), a farmácia do Sr. Felício, a alfaiataria do Sr. Raimundo Damasceno e os serviços de ferragem de cavalos do José Raimundo.

Convidado por Júlio Barbosa (o primeiro prefeito de Arujá), ingressa na política para ajudar o amigo. Com 40 votos foi suplente de Amadeu Rodrigues Norte. Falecendo o Sr. Amadeu, o Sr. Oswaldo assumiu a cadeira de vereador pela primeira vez, na primeira gestão. Os vereadores não tinham salário, era um trabalho voluntário.

Em 1962, nasce Rosa, no ano de 1964, nasce o seu filho, Júnior e em 1970, sua segunda filha, Renata. Tem 7 netos: Nathalia, Alípio, Gabriel, Esther, Nicolas, João e Antônio.

A vida política do Sr. Oswaldo continuou. Foi vereador na 2ª Legislatura (de 01/01/1964 a 31/01/1969) na gestão do Prefeito Benedito Manoel dos Santos, na 3ª Legislatura (01/02/1969 a 31/01/1973) na gestão do Prefeito Benjamin Manoel, tendo sido o Presidente da Câmara Municipal no período de 01/01/1971 a 31/01/1973, na 4ª Legislatura (de 01/02/1973 a 31/01/1977) na gestão do Prefeito François Marie Redet e na 5ª Legislatura (de 01/02/1977 a 31/01/1983) na gestão do Prefeito Benjamin Manoel. Na opinião do Sr. Oswaldo o prefeito que mais mereceu sua admiração foi Benjamin Manoel por sua rigidez e austeridade.

O Sr. Oswaldo foi um dos primeiros despachantes de Arujá. Já havia o Sr. João Nepomuceno que fazia trabalhos de despachante. Em 1969, no mesmo ano em que o Sr. Antonio Frau iniciou seu escritório de despachantes, ele montou o ERA – Escritório de Representações Arujá,  na casa do Sr. Dito Baltazar, na Praça Benedito Ferreira Franco. O primeiro funcionário foi Wanderley Antônio dos Santos e, mais tarde, os filhos assumiram. O escritório foi mudado para a Avenida dos Expedicionários, onde está até hoje.

Ele também foi fundador da ONG SALVAR – Sociedade Ambientalista Luta Verde de Arujá, da qual a Dona Arminda, sua esposa, foi a 1ª presidente.

Por vários anos sua rotina era chegar da estrada orgulhoso com sua farda, ir até o escritório de despachante ERA, dar umas broncas no Juninho (funcionário mais antigo e atual proprietário) e conferir os serviços efetuados.

Ficou na Polícia Rodoviária até 2000, sendo o policial rodoviário com mais tempo de serviço em todo o Brasil, 50 anos, e foi homenageado pela Câmara dos Deputados, em Brasília e pela Câmara de Vereadores de Niterói (RJ).

Com toda essa história de contribuição para a nossa cidade, ninguém melhor do que o Sr. Oswaldo para estrear esta seção  porque ELE É de Arujá, e Arujá também é muito dele.

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