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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Madeireiras de Arujá


            Há 30 anos atrás era muito limitada a oferta de madeiras para as construções em Arujá. Existiam três grandes depósitos de materiais de construção que forneciam também madeiramento bruto: o CONSTRULAR, do Paulinho, AMACON , do Joel Larini e O CONSTRUTOR, do Giovanni Negretti. Madeireira só existia a MADEIREIRA ARUJÁ, do Sérgio de Paula, que ficava na Av. João Manoel e mais tarde a MADEIREIRA PAINEIRA, do Luiz Paulino, na mesma avenida.

            Amin Luiz Lottfi, sócio desde 1988 com seu irmão João Alberto na MADEIREIRA CASA REAL, lembra que quando iniciou a construção da sua residência em 1980, aqui encontrava somente o material bruto, como o vigamento de peroba e tábuas de cedrinho. Material mais nobre ou para acabamento tinha que ser adquirido fora de Arujá. E era esse material que a CASA REAL também oferecia desde a sua inauguração em 1986. Hoje a madeira bruta para as construções são tábuas de cedrinho branco ou pinus, vigamento de angelin e garapera e também são oferecidas várias opções de madeiras para acabamentos, decks, assoalhos, tacos, tacos palito, painéis para paredes, portas pivotantes com até 3 m de altura e todo material para o telhado, desde o vigamento até as telhas, aquecedor solar, caixa d’água e todo acabamento. Hoje uma madeireira não se limita somente ao fornecimento da madeira para o início da obra, mas acompanha toda a obra até o seu acabamento.

            Em Dezembro de 1998 Edson Larini e Leandro Larini inauguraram a MADEIREIRA OURO VERDE. No início comercializavam basicamente caibros e vigas de eucalipto, material para telhado  e tábuas brutas para vigas e colunas de concreto.  Flávio Larini assumiu a direção da madeireira em 2005 aumentando o estoque oferecido e conseqüentemente o fluxo de vendas. Hoje, de acordo com Talita Larini, que acompanha desde o início, a madeireira oferece basicamente todo o material para telhados, portas e esquadrias de madeira.

               Toda a madeira vendida no Brasil é controlada pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Existe a madeira legalizada (permitida para o corte) e a certificada (produzida em ambiente ecologicamente correto, sem trabalho infantil ou escravo, com replantio, etc...). Conforme Amin informa, toda madeira certificada é legalizada, mas nem toda madeira legalizada é certificada.

         No ano de 2000 Wilson Segatti inaugura a MADEIREIRA CRISTAL oferecendo outras opções ao consumidor tais como a maçaranduba e o cambará para telhados, forros de cedrinho e angelim-pedra, assoalhos de ipê, cumaru e jatobá, madeirit e compensados.

ENTREVISTA WILSON SEGATTI

Ponto de Vista – Como você, que é de Fernandópolis, veio montar uma madeireira em Arujá ?
Wilson – Eu já era do ramo madeireiro e em 1989 montei a minha primeira madeireira juntamente com meu irmão na cidade de São Paulo. Comecei a procurar outro local e quando vim a Arujá no ano de 2000 e vi este terreno à venda na Estrada de Santa Isabel, pensei: “Tem que ser aqui.” Negociado o terreno, inaugurei a MADEIREIRA CRISTAL em Dezembro do mesmo ano, tendo completado o 10º aniversário em 2010.

Ponto de Vista – Como era o perfil do cliente daquela época e o de hoje ?
Wilson – O cliente não comprava em Arujá, pois tinha a impressão de que aqui tudo era mais caro do que em São Paulo. Hoje posso garantir que no setor madeireiro é muito mais barato comprar em Arujá. Tanto é que metade da minha venda é para arujaenses e a outra metade para a capital e cidades do interior e litoral. O preço é muito importante, mas o cliente avalia também a pontualidade na entrega e a origem da madeira.

Ponto de Vista – Como podemos saber se a madeira entregue é a que foi comprada ?
Wilson – Primeiramente só se deve comprar de madeireiras legalizadas que emitem Nota Fiscal e que adquirem madeira de serrarias que sejam licenciadas pelo IBAMA. Antes a madeira comprada das serrarias era acompanhada da ATPF (Autorização de Transporte de Produto Florestal) o que facilitava a falsificação deste documento, pois não havia um controle rígido por parte do IBAMA. Hoje a serraria só pode vender madeira licenciada acompanhada do DOF (Documento de Origem Florestal), da Nota Fiscal e da classificação do Posto Fiscal. O pedido da madeireira à serraria passa pela análise do IBAMA, autorizando ou não a transação. É tudo controlado on line. Uma vez vendida a mercadoria ao cliente final, esta deve acompanhar o DOF e a Nota Fiscal. Não tem como emitir o DOF sem ter a mercadoria, pois o IBAMA conhece o estoque da madeireira. Enganação é coisa do passado, pois a atividade está bem moralizada.

Ponto de Vista – De onde vem as madeiras vendidas na MADEIREIRA CRISTAL?
Wilson – Do Pará (maçaranduba), do Mato Grosso (cambará e cedrinho) e do Sul (pinus, compensados e madeirit).

Ponto de Vista – Qual é o forte da MADEIREIRA CRISTAL?
Wilson – Vendemos muita maçaranduba que é uma madeira para telhados, imune ao cupim e pesquisadores dizem que dura mais de 100 anos. Também comercializamos o cambará para telhados, madeiras brutas para as obras desde as fundações, madeiras aparelhadas e para acabamentos, decks em ipê e cumaru, assoalhos em ipê, jatobá e cumaru.

Ponto de Vista – Como está o comércio de madeira em Arujá e no Brasil em geral?
Wilson – Os acabamentos em madeira valorizam qualquer construção. O Brasil ainda tem madeira à vontade e o controle do IBAMA é fundamental para que haja o respeito à natureza. Arujá está bem servida com três grandes madeireiras e nós da MADEIREIRA CRISTAL fazemos a nossa parte trabalhando com muita ética e pontualidade. Prezamos pelo bom atendimento, é só testar. A norma é não deixar o telefone tocar mais de três vezes.

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